7.12.13



Image from Tumblr


11.23

Há quem sinta o amor no estômago. O nosso quase amor sentia-o eu nos ossos. Escrevi-te poemas que deixam um travo amargo de desgosto debaixo da língua. O que fomos nunca soube definir. Talvez duas forças opostas que se atraem debaixo de uma pele semelhante que nos torna parecidos. Mas somos tão diferentes, não somos? Somos quase antagónicos. E eu, eu sou tão atípica que choro pelo mundo, mas nunca em casa. Já não sei se gosto de ti ou da ideia de ti. Porque afinal, quem és tu? Quero-te muito, e não é justo. Não é justo que vás e voltes quando podes ou te apetece e eu me esqueça de respirar a cada regresso teu. Alguma vez voltaste mesmo? E eu, quem sou eu? Sou o que resulta da equação do que não chegámos a ser. Sou o resultado da soma de sentimentos híbridos, um maravilhoso caos prolífico. A "teoria do caos" só é matemática porque afinal, a nossa frágil humanidade é-nos dada pelas subtracções da vida. Demoro-me por isso, nas letras. São elas o catalisador que me ajuda a expelir mais rapidamente tudo aquilo que me apodrece o coração. A verdade é que nada percebo de química, ou matemática ou de amor. Mas percebo de metáforas e do que me aquece as mãos frias e de ti. Costumava perceber de ti. 


Sei o que escrevo, mas não sei para quem


Sem comentários:

Enviar um comentário