2.3.15

20.57

Fecho-me de nós em mim porque sei, vai doer amanhã. Tudo o que a ti me soa me agride, e nas entrelinhas há silêncios que matam. Olho-te, menino e moço, nesse sossego pequenino que te é o sono que te cura da vida. Ser pesa-te, e amanhã há mais. Quero guardar-te do mundo e não posso. Aperto a chaga e mordo a língua. Tenho frio. "Mãos frias, coração quente", dizes. Há amores que se esquartejam em querer, que se sufocam em tons carmesim sujo quando as madrugadas morrem lentas. "Temos amanhã para nos arrependermos", dizes. Tempestades de azul e cinza corrompem-me os sentidos. Não acredito em ti. As ruas do mundo são a casa deste querer desajeitado e questionável que teima em voltar e nos faz querer o mal um do outro. Perdemos-nos no momento que nos achámos, e julgas-te senhor no meu peito. És mais, mas eu não to digo. Fazes-me perguntas, guardo as respostas. Não é amor, mas faz de conta. Dói igual.

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