31.1.15

08.16

Quando me perco na desproporcionalidade de nós, saudo-me dos dias de ti em que éramos pequeninos e não doíamos. O amor estragou-nos. Conhecer-te para lá da roupa foi tóxico e sacro, mas conhecer-te para lá da pele foi reconhecer ao longe a minha ruína. Um dia apanho os cacos, arrumo o quarto e deixo de chamar-te amor. Até lá, tenho pó em cantos da casa que sou que não limpo para não desalinhar a poesia das tuas mãos no meu corpo. A dor também é bonita quando falta o amor. Ainda que se chorem madrugadas negras. Ainda que se amem fantasmas.

1 comentário:

  1. Tenho-me sentido tão longe de quem sou, que temo não gostar do que escrevo. Talvez, por isso, tenha parado de o fazer. Hoje vai ser uma noite complicada. Mas devo agradecer-te pelo teu comentário.

    ResponderEliminar