7.10.14
(...)
sobre o amor
O porém deste meio-amor,
é que eu continuo a amar de coração inteiro
porque nunca me ensinaram a amar às metades
ou a crescer um coração novo e capaz.
Nunca fui um todo, mas até ti,
nunca tinha sido restos.
Se no dia em que deixei que me beijasses
selámos um contrato de homicídio,
então talvez tenha concordado com este fim
e todo este tempo tenha estado à espera que me
destroçasses.
Não sujes as mãos.
Não deixes que caia sangue na carpete.
E se a atrocidade tardar, não me dês tempo para chorar,
ou a prerrogativa da última palavra,
que de ti quero tudo menos o adeus e
a demora.
Lá longe sou feliz.
Aqui carrego o espólio paquidérmico
deste quase-amor dentro do peito em sangue
e ainda assim, continuo vazia.
É outono. Não podia ser de outra maneira.
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Há poesia que me faz chorar. Grata por existires. Grata por a ter ser uma delas.
ResponderEliminarE tenho saudades tuas. Não sei como. Tenho muitas saudades tuas.
Não tenho palavras para expressar o quanto isto foi dos poemas mais fantásticos que já li num blog.
ResponderEliminarParabéns e espero que saibas que é sempre bom voltar aqui. Os teus meios amores soam-me sempre mais inteiros que os meus.