Um facto sobre os opostos: atraem-se. Mas não combinam. Isto é física moderna, electromagnetismo. E amor.
Gostar assim dói porque é esgotante e cru, e é bárbaro que imploremos e encontremos conforto nesse amor que não nos serve. Gostar assim faz-nos crescer nódulos no coração. Gostar assim é aceitar que há almas que foram feitas para correr com os lobos e que por isso não estão aqui a tempo inteiro, e que lhes chega amar aos bocados.
Mas gostar de ti é tão diferente. De ti, gosta-se por inteiro. Gostar de ti é reconhecer que comecei a morrer desde o dia em que nasci, e quase acreditar que depois desta morte a que chamam vida, não existe só o frio do vazio e do esquecimento. Não acredito que exista um paraíso divino, mas se existir, há-de ser da cor dos teus olhos. Reconheço fé em mim, o supra-sumo da racionalização. Conferes-me o estatuto de crente em algo que não compreendo e que, de alguma forma, espero que seja amor. E faz-me bem, sabes.
Não sei o que me fazes, mas faz-me bem.
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