10.1.15

As estradas deste Janeiro 
São-me de pedra, 
Tropeço em memórias
Torpes de ti 
A cada nove passos. 
Caio de joelhos, 
Faz ferida.

Há cento e seis dias que 
Morro. 
A morte cai-me bem,
E o inferno é bonito.
Jogo às cartas com os
Meus demónios,
Deixo-os ganhar.

Um dia fui pó nas tuas mãos.
Hoje, às cinzas regressei.

3 comentários:

  1. oh meu deus, adorei!
    Gosto imenso da forma como acabas tudo o que escreves. Parece que nos deixas um agridoce "cliffhanger" que nos deixa a ansiar por mais. Continua :)

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  2. Fico contente por teres confiado em mim e me teres deixado duas confissões.
    Não interpretes mal o que eu escrevi, muito não passa de devaneios que a memória me prega. Eu não quero ser um fantasma, mas sei que tão cedo não serei muito mais que isso para ele.
    Obrigado por teres lido o grande testamento que aquele texto é!

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  3. O desencanto que um amor falhado nos provoca é doloroso.
    Mas há sempre outro amor que nos passa à porta...
    Parabéns pelo talento que as tuas palavras revelam. És uma excelente poeta.
    Bom domingo e boa semana, querida amiga Jessica.
    Beijo.

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