Tenho um coração de lego. Desmontas-me as peças quando brincas comigo tão inocentemente, como se de uma criança te tratasses. Por tua causa, há peças que já não encaixam, outras que se perderam. Estragas-me. E eu continuo sempre à espera que arranjes tempo nos teus dias para vir dar corda ao meu coração velho e usado. Fico à espera que venhas brincar com ele, dar-lhe uso. Quebrá-lo um bocadinho mais.
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Ao som de Bon Iver, com a escuridão de uma manhã invernal e pacífica, com um gato aos pés da cama, o desejo de um cigarro ardente e de panquecas com chá, há a necessidade quase ilegítima de te escrever. Não me julgas. Não me questionas. Aceitas-me. Como a chuva a bater na telha E é também por isso que eu gosto de ti. A transparência da solidão serve para vermos melhor as almas. E eu vejo a tua. A que tu mostras. A que escondes. A que não és. A que eu vejo em ti. Se me levantasse da cama, ainda hoje, pediria aos céus, que fosse para passear contigo. Por um jardim. Nublado. Com cigarros. Comida plástica. Saias ao vento. E com a vontade de confessar a vida. Através de ti. Do teu olhar.
ResponderEliminarObrigada por seres a amiga que nunca tive.