Habituei-me tanto a querer-te que te romantizei a ponto de acreditar que as garras que me cravavas a pouco e pouco no coração não eram senão o teu modo desajeitado e humano de cobiçá-lo, de o querer segurar nas tuas mãos a tempo inteiro, aquecê-lo e tomar conta de mim. Mas as tuas mãos estavam frias, e tu já não me procuravas como antes. Já não eras o meu porto de abrigo às 4 da manhã, quando o silêncio nos enche o céu na falta do que dizer, tornando-nos estranhos e desconfortáveis. Já não plantavas palavras de amor no meu pescoço. E os teus beijos de bom dia sabiam-me a beijos de despedida há já algum tempo, e doía, mas eu gostava.
Eu gostava tanto de ti.
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