- Sabes, começo a desconfiar que o amor não é nada daquilo que o pintam.
- Porque dizes isso?
- Não sei bem, as pessoas referem-se a ele como algo uniforme, estável e perene, algo que é imutável e sentido por todos da mesma forma e sobre o qual se consegue escrever lindas canções e cantá-las ao mundo... Não é bem assim. No amor as coisas funcionam por rótulos.
- Rótulos? És carismática.
- Realista. No amor existem aqueles que pensam saber amar e aqueles que amam de facto. Eu julgo-me na segunda categoria, e ainda não descobri se isso é uma virtude ou um defeito... Talvez seja até uma fraqueza. A questão é, quando eu amo alguém, o meu "eu" passa para segundo plano. E quando alguém diz que me ama, eu tenho tendência para acreditar, dou tudo de mim e julgo que espero o mesmo como resposta... Eu acreditei que tu me amavas, não supus na minha inocência, que julgasses apenas saber amar. E eu esperei que investisses tanto em nós quanto eu. Mas tu cansaste-te e acabaste por partir. E eu, perguntas tu. Eu continuei aqui a amar-te e esqueci-me de mim... Esqueci-me que mesmo antes de ter tempo para tentar imaginar o teu nome, eu já respirava, já ria e chorava, já me tinha deixado cair e já me tinha levantado inúmeras vezes... Antes de tu teres entrado na minha vida, eu já existia. E continuo a existir, mesmo depois de teres decidido sair dela.
Talvez um pouco mais magoada, talvez com receio de me voltar a entregar... Mas definitivamente mais experiente.
- Tens razão, és realista.
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because i will never forget from Deviantart |
(possível diálogo de uma história minha... não sei até que ponto gosto ou não, talvez o termine um dia)
Ti auguro un felice e sereno 2011 :)
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