9.9.10

Sinceramente... Já não sei

Fez-me pensar, fez-me realmente pensar. É verdade, nada daquilo que amamos nos pertence realmente, e não há garantia alguma de que vá permanecer sempre connosco. Aliás, o mais certo será até que siga um caminho diferente, distante, e quiçá até mesmo oposto ao nosso. E talvez volte um dia, ou talvez não. Talvez encontre outro alguém a quem se afeiçoe e decida tornar-se de outrem. E talvez mais tarde te apercebas de algum erro cometido no passado e culpes alguém que não tem culpa alguma por aquilo te ter acontecido no presente, talvez peças desculpa quando devias pedir perdão, e talvez o amor que sintam por ti os leve a desculpar no momento, para dar oportunidade a essa afeição de crescer um pouco mais para que um dia possas ser tu a abrir as asas e procurar novas sensações e pessoas, novas coisas e locais, deixando para trás mais um coração outrora frágil e afectuoso, que estivera sempre destinado a ser quebrado pelas tuas mãos. E lá vais tu, com essa tua inocência manchada agora por esse sangue, a tua virtude magoada pela culpa, e vais leve e solto, vais sem rumo mas hás-de chegar a algum lugar. Tu vais porque és livre, porque nunca pertences-te a ninguém tal como nunca ninguém te pertenceu. Vais e talvez voltes. Ou talvez não, como um dia fizeram contigo.
Nada do que cremos ser nosso nos pertence, nunca pertencerá. Mais tarde ou mais cedo vai acontecer, todos os "olá" terminam com "adeus", todos os parágrafos com um ponto final.
Mas aprendi recentemente que na vida não existem finais de verdade, cada final esconde um novo início, e por vezes é necessário perder coisas que nos fazem bem para dar lugar a outras que nos farão melhor. E seria épico terminar de forma a observar o quão desnecessário se torna perder o pouco tempo que temos com coisas fúteis quando podiamos investi-lo a amar o que um dia se apartará de nós, no entanto, a única coisa que me ocorre é: se amamos o que não é nosso, e o que não é nosso nunca o será...
Valerá a pena amar?

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